Além disso, nos Estados Unidos, há expectativa pelo fim, em breve, da paralisação do governo.
O sinal menos conservador na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e a desaceleração no ritmo de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro estimulavam valorização do Ibovespa (IBOV) no início da sessão desta terça-feira, 11. Além disso, o avanço das commodities entra como vetor positivo.
Após abrir em 155.257,31 pontos, com variação zero, perto da mínima (155.251,97 pontos), logo o principal indicador da B3 (IBOV) renovou uma série de máximas inéditas, batendo os 158 mil pontos.
A motivação ocorre em meio a uma certa cautela nos EUA devido a incertezas com empresas de inteligência artificial, o que acaba por direcionar fluxo de lá para mercados emergentes, como o Brasil, avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital. “E o Brasil está com um carry trade ou diferencial de juros muito elevado, e o Copom ainda sinalizando corte de juros entre janeiro e março. Isso deixa ainda mais atrativo”, avalia.
Além disso, cita Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos, a inflação brasileira continua desacelerando, como mostrou hoje o IPCA de outubro. A taxa desacelerou a 0,09% em outubro, perto do piso de 0,08% das expectativas, após 0,48% em setembro. No acumulado de 12 meses, foi de 4,68% até outubro, ante 5,17% até setembro.
“Essa desaceleração vai propiciar uma queda da taxa Selic e essas notícias vão melhorando o cenário para a Bolsa”, reforça Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
A alta do Índice Bovespa (IBOV) ocorre apesar dos sucessivos recordes e do viés de baixa no pré-mercado de ações em Nova York. Ontem o Ibovespa (IBOV) fechou com elevação pela 14ª vez seguida e em recorde pelo 11º pregão consecutivo. Subiu 0,77%, na marca inédita dos 155.257,31 pontos.
Nos Estados Unidos, há expectativa pelo fim, em breve, da paralisação do governo, que já dura mais de 40 dias, após o Senado americano ter aprovado um projeto para reabrir o governo. O texto segue agora para a Câmara, em dia de agenda esvaziada. “Temos visto Ibovespa (IBOV) nas máximas, em meio à redução dos juros nos Estados Unidos, que começou em setembro, e hoje temos notícias de que o shutdown do governo pode acabar. Mostra que o cenário para os EUA está entrando nos eixos”, diz Buss, da Manchester.
Aqui, investidores se debruçam na ata do Copom e no IPCA em busca de sinais para o início do ciclo de queda da Selic. Na visão do Itaú Unibanco, a ata do Copom traz uma visão um pouco mais otimista sobre as perspectivas de inflação.
Segundo o banco, o texto indica confiança de que a estratégia atual – manter a Selic inalterada em 15,0% por um período prolongado – está funcionando”, cita em relatório. “As autoridades destacam que a política monetária tem contribuído para a queda das expectativas de inflação, sobretudo no curto prazo, mas também para além do horizonte relevante”, completa o Itaú, que espera início de queda da Selic em janeiro.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, “prospectivamente”, o Banco Central iniciou um processo de esmorecimento da comunicação, que está altamente dependente do que será exposto na reunião de dezembro para determinar quando se dará o início do afrouxamento da Selic e sua velocidade.
Algo esperado no mercado, o BC diz na ata ter optado por incorporar no cenário uma estimativa preliminar do impacto da isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Contudo, segundo a autoridade monetária, essa projeção “é incerta e será calibrada”. O texto do IR aprovado no Congresso deve ser sancionado pelo presidente Lula entre hoje e amanhã.
O Copom enfatizou que considera a taxa Selic atual, de 15%, como suficiente para garantir a convergência da inflação à meta, desde que os juros sejam mantidos nesse nível por um período “bastante prolongado”. Ao mesmo tempo, diz já ter “maior convicção de que a taxa corrente é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.
Entre as commodities, o petróleo avança cerca de 1,20% nesta manhã no exterior e o minério de ferro subiu 0,20% em Dalian, na China. Ainda ficam no foco balanços como o da Braskem (BRKM5) e MBRF (MBRF3), entre outros.
Às 12h, o Ibovespa (IBOV) subia 2,01%, aos 158.375 pontos. De 82 ações, cinco caíam, com destaque ao recuo de 14,24% em Grupo Natura (NATU3), após balanço.
Para Takeo, o Índice Bovespa (IBOV) pode manter o rali recente, indo a 180 mil pontos em 2025, na direção dos 200 mil pontos, pois o fluxo está muito bom, “se nada de drástico” aparecer.
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