Deputada do PL, condenada a 10 anos pelo STF, acumula faltas e responde a processo de cassação.
Mesmo presa desde julho na Itália, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) segue com o gabinete em funcionamento na Câmara dos Deputados e despesas em alta nos últimos meses.
Segundo levantamento da CNN Brasil, os gastos com a equipe da parlamentar somaram R$ 103 mil em setembro, valor superior aos dois meses anteriores.
Em maio, quando pediu licença do mandato, Zambelli utilizou R$ 127,8 mil da cota parlamentar para o pagamento de salários a até 25 secretários parlamentares.
Em junho, o valor caiu para R$ 107 mil, e em julho e agosto, ficou em torno de R$ 89 mil. No mês passado, entretanto, as despesas voltaram a subir.
Atualmente, 12 servidores estão lotados no gabinete da deputada, dos quais 10 foram contratados entre setembro e outubro, período em que Zambelli já estava fora do país e detida em Roma.
A Câmara ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, e a assessoria da parlamentar não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre as contratações recentes.
Mandato sob risco
Zambelli teve sua licença de mandato encerrada em 5 de outubro. Desde então, passou a acumular faltas nas sessões plenárias e pode perder o cargo por quebra de decoro. Paralelamente, ela é alvo de um pedido de cassação em análise no Conselho de Ética da Câmara.
Em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou a deputada a 10 anos de prisão por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos, em 2023. O julgamento a apontou como uma das articuladoras de ataques cibernéticos usados para difundir desinformação sobre o Poder Judiciário.
Defesa tenta soltura
A defesa de Zambelli recorreu à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pedindo que a parlamentar seja liberada da prisão, em Roma. O pedido alega que a deputada sofre de fibromialgia, depressão severa e doença cardiovascular e que não recebe tratamento médico adequado na unidade prisional.
O documento também sustenta que o processo de extradição conduzido pela Justiça italiana violou garantias fundamentais. Zambelli teve todos os pedidos de prisão domiciliar e recurso contra a extradição negados até o momento.
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