No Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, a Epagri celebra não apenas os mestres que inspiram o aprendizado, mas também uma nova fase na história da educação técnica catarinense. Desde fevereiro de 2025, a empresa passou a atuar no ensino agrotécnico público em Santa Catarina, assumindo a gestão compartilhada dos cinco Cedups Agrotécnicos em conjunto com a Secretaria de Estado da Educação (SED). Essa mudança marcou o início de uma etapa que une ensino, pesquisa agropecuária e extensão rural.

A diretora de Ensino Agrotécnico da Epagri, Andréia Meira, destaca que os primeiros meses de gestão já apresentaram resultados expressivos. “Foram cerca de R$ 8 milhões em recursos destinados com foco na melhoria das condições estruturais, pedagógicas e operacionais das escolas; 1,5 mil estudantes atendidos nos cursos técnicos; e 3,7 mil ações de assistência técnica e extensão rural (ATER) chegaram diretamente às famílias dos alunos, fortalecendo a sucessão rural e o vínculo entre escola e comunidade”, relata. Outro avanço foi o fim da contribuição financeira das famílias para permanência dos alunos nas escolas.

Segundo Andréia, o papel do professor é essencial para dar sentido a essa integração. “O ensino agrotécnico dentro da Epagri nasce com o mesmo propósito que sempre guiou a pesquisa e a extensão: desenvolver pessoas e territórios. O professor, no processo ensino-aprendizagem, alia a ciência à prática na construção de conhecimentos, desperta nos jovens o olhar crítico e objetivos de atuar como Técnicos em Agropecuária para o fortalecimento do meio rural catarinense”, afirma.
Formação contínua de professores
A formação dos professores é uma das prioridades da Epagri com essa nova estrutura. Desde o início da gestão compartilhada, cerca de 120 docentes participaram dos cursos, oficinas e encontros promovidos pela empresa com foco em metodologias inovadoras, integração com a pesquisa agropecuária e a extensão rural e uso de tecnologias aplicadas à agricultura.

“A formação continuada dos professores é um dos alicerces para o fortalecimento da educação básica e profissional dos estudantes. São eles que mediam o processo educacional, ressignificando o conhecimento em aprendizado vivo dentro das escolas e para a vida. Neste Dia do Professor, celebramos cada educador que com compromisso e responsabilidade contribuem para fazer da escola um espaço de experimentação, diálogo e construção de sonhos. São eles que inspiram os jovens a acreditar que é possível inovar sem perder o vínculo com a terra”, enfatiza Andréia.
As ações incluem formações inéditas desde 2007 em áreas como agroindústria, leite e derivados, cooperativismo escolar, metodologias ativas e práticas pedagógicas integrativas. O objetivo é fortalecer o papel do educador como agente de desenvolvimento e multiplicador de conhecimento.
Integração com pesquisa e extensão
O modelo de gestão ampliou o diálogo entre o ensino e o desenvolvimento regional. Cada Cedup passou a trabalhar de forma integrada com as unidades da Epagri — Estações Experimentais, Centros de Treinamento e Gerências Regionais — promovendo intercâmbio de experiências, dias de campo e acesso dos estudantes a novas tecnologias.

Entre os avanços, destacam-se a implantação das primeiras Unidades de Referência Educativa (UREs), que aproximam a prática pedagógica das tecnologias desenvolvidas pela Epagri, e a instalação de estações meteorológicas nos Cedups, em parceria com o Epagri/Ciram, utilizadas como ferramentas de ensino, pesquisa e extensão.

Atualmente, 57% dos estudantes dos Cedups Agrotécnicos são filhos de agricultores familiares. De acordo com o presidente da Epagri, Dirceu Leite, a meta é elevar esse percentual para 75% nos próximos anos, com estímulo à participação das meninas no ensino agrotécnico.
Fortalecimento da sucessão rural
O presidente da Epagri comemora os resultados deste primeiro ano e reforça o alinhamento com as prioridades do Governo do Estado. “Esses avanços refletem o compromisso do governador Jorginho Mello em investir na permanência do jovem no campo e na valorização da agricultura familiar. Cada Cedup Agrotécnico sob gestão da Epagri é um espaço de transformação, onde o conhecimento técnico se converte em oportunidade e a educação se torna o caminho para garantir a sucessão familiar e o futuro do meio rural catarinense”, destaca.

Para Dirceu Leite, a integração entre ensino, pesquisa e extensão consolida um modelo sustentável de desenvolvimento rural. “A Epagri sempre foi sinônimo de inovação. Agora, com o ensino agrotécnico, passamos a formar as novas gerações, completando o ciclo do conhecimento e assegurando que o legado da agricultura catarinense siga forte nas mãos dos nossos jovens.”

Perspectivas para 2026
Para o próximo ano, a Epagri projeta novas Unidades de Referência Educativa, ampliação das formações docentes e da integração entre ensino, pesquisa agropecuária e extensão rural. As metas incluem o fortalecimento dos laboratórios didáticos, investimentos em infraestrutura escolar, a ampliação dos programas de estágio e o fortalecimento das ações voltadas à promoção da sucessão familiar no meio rural.

“O ensino é o nosso terceiro pilar. A pesquisa desenvolve, a extensão transforma e o ensino perpetua o conhecimento”, resume Dirceu Leite. “Em 2026, queremos consolidar esse modelo, conectando ainda mais jovens — e professores — ao conhecimento, à terra e ao futuro do campo catarinense.”
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