Alunos do Cedup de Campo Erê conquistaram o primeiro lugar em suas respectivas categorias na etapa regional da Feira Estadual de Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (FECITEC/SC), realizada em Galvão no dia 22 de agosto. Mariane Fuzinatto Zimmermann e Tiago Zanon Bortoli, do ensino profissionalizante, ao lado da dupla Grasieli Milena Gromann e Rúbia Taís Antunes Zaparte, do ensino médio, apresentaram projetos relevantes para o desenvolvimento pedagógico e científico da região.
A orientadora dos projetos, Michele Diehl, salienta que “os prêmios são muito significativos para o Cedup, porque valorizam o trabalho realizado em sala de aula, destacam a orientação dos professores e premiam a dedicação e o empenho dos alunos”. A professora explica que o Cedup Campo Erê é o único dos Centros de Educação Profissional Agrotécnicos do Estado que contempla os projetos de pesquisa em seu Projeto Político Pedagógico (PPP), demonstrando o compromisso em promover a investigação científica e a inovação.
A feira, que acontece anualmente em três etapas (escolar, regional e estadual), está em sua nona edição e tem como objetivo estimular a criatividade e a pesquisa nas escolas. Além de Campo Erê e do município sede, Galvão, participaram escolas das cidades de São Bernardino, Novo Horizonte, São Lourenço do Oeste, Jupiá, e Coronel Martins. Com o resultado obtido, os alunos se classificam para a etapa estadual, que acontece em Florianópolis, entre os dias 4 e 6 de novembro.
Michele conta que os jovens receberam a notícia com grande alegria. “A expectativa para a fase estadual é grande, sabemos que vamos encontrar concorrentes que também desenvolveram projetos de excelência e o nível de concorrência é maior, já que reúne trabalhos de todo o Estado, então, a responsabilidade também é mais alta. Agora estamos adequando os projetos, seguindo as sugestões das bancas avaliadoras da etapa regional”, diz.
Avaliação do triticale com adubação química e orgânica
O projeto apresentado na categoria de ensino médio, pelas alunas Grasieli Milena Gromann e Rúbia Tais Antunes Zaparte, testou diferentes adubações em plantios de triticale, cereal híbrido, resultante do cruzamento do centeio e do trigo, utilizado principalmente na alimentação de animais. Na adubação química as estudantes utilizaram diferentes concentrações por hectare de nitrogênio, fósforo e potássio. Já na adubação orgânica elas aplicaram dois tratamentos com dejetos bovinos e suínos. As variáveis analisadas foram os espaçamentos de entrenós, altura da planta e comprimento das espigas, além do rendimento dos grãos e sua composição química e nutricional.

Elas concluíram que a adubação feita com dejeto suíno promoveu maior espaçamento de entrenós, porém, com menor número de nós por planta, enquanto o uso de dejetos bovinos, na mesma dose, gerou plantas mais altas, com espigas mais longas e com melhor rendimento de grãos. Em relação à qualidade nutricional dos grãos, o uso de dejetos bovinos resultou em menor concentração de fibras estruturais (FDN), indicando maior digestibilidade. Já a adubação química proporcionou maior produção de matéria seca e elevou o teor de proteína bruta nas plantas. Todos os tratamentos utilizados superaram os valores de rendimento para o cultivar na região.
Uso de alimentos funcionais na alimentação de frangos de corte
Mariane Fuzinatto Zimmermann e Tiago Zanon Bortoli, alunos do ensino profissionalizante, adicionaram diferentes alimentos funcionais, como alho em pó, pimenta preta moída e orégano desidratado, à ração de frangos de corte. O intuito era avaliar o peso vivo, ganho diário de peso e a taxa de mortalidade do lote.
Eles observaram que a inclusão de 1% de alho em pó na dieta proporcionou os maiores pesos vivos em todas as fases de crescimento, superando os padrões esperados para a linhagem das aves. O orégano e a pimenta também contribuíram para o desempenho, embora com menor intensidade.

O alho e o orégano se destacaram especialmente após os 35 dias de criação, promovendo maior ganho diário de peso e as menores taxas de mortalidade entre os grupos avaliados. Esses dados sugerem efeitos positivos sobre a saúde intestinal e o sistema imunológico das aves.
A conclusão da pesquisa aponta que a suplementação com 1% de alho em pó e orégano desidratado representa uma alternativa promissora aos promotores de crescimento convencionais.
Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc
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