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A batalha das reservas: dólar perde espaço, ouro avança e Bitcoin pode entrar no jogo

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A batalha das reservas: dólar perde espaço, ouro avança e Bitcoin pode entrar no jogo
Fonte: Pixabay/ InfoMoney25
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A maior criptomoeda do mundo pode se qualificar, junto com o metal, como ativo de reserva até 2030, segundo o Deutsche Bank.

O domínio do dólar como principal reserva global está sob pressão. Nos últimos anos, os bancos centrais reduziram sua fatia em moeda americana e ampliaram a aposta no ouro. Agora, o Deutsche Bank projeta que um novo concorrente pode entrar nessa disputa: o Bitcoin (BTC).

A maior criptomoeda do mundo – que nesta semana recuou com o mercado digerindo as novas tarifas de Donald Trump – pode se qualificar, junto com o metal, como ativo de reserva nos próximos cinco anos, disse a instituição em relatório publicado nesta semana.

“Avaliamos ambos os ativos com base em critérios-chave de reserva, como volatilidade, liquidez, valor estratégico e confiança. Concluímos que há espaço para que ouro e Bitcoin coexistam nos balanços dos bancos centrais até 2030”.

Motivos

De acordo com o relatório, Bitcoin e ouro compartilham semelhanças relevantes. A principal delas é a escassez: o ativo digital tem oferta fixa de 21 milhões de unidades, estabelecida por Satoshi Nakamoto no white paper (guia) do projeto, em 2008.

“Isso cria benefícios desinflacionários, o que significa que o valor do Bitcoin tende a não se erodir em comparação com as moedas fiduciárias, que perdem poder de compra ao longo do tempo devido à inflação”, disse o Deutsche Bank.

A instituição também destacou que a cripto é independente de governos, o que, para alguns especialistas, “poderia torná-lo atraente para as autoridades monetárias como uma ferramenta de diversificação”.

Outro ponto de apoio é a adoção crescente, não só por governos, mas também investidores institucionais e companhias. Hoje, quase 200 empresas no mundo mantêm Bitcoin em caixa, segundo dados do site Bitcoin Treasuries – entre elas, duas brasileiras: a Méliuz (CASH3) e a OranjeBTC, que deve estrear na bolsa no próximo mês.

Leia mais: Ele tem todo o portfólio em cripto — e vai levar à B3 uma empresa 100% em Bitcoin

O banco ainda ressaltou que a criação de uma reserva de Bitcoin pelos Estados Unidos, sugerida em ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, poderia reforçar essa narrativa. A ideia é formar estoques com criptomoedas apreendidas.

Matheus Medeiros, CEO da Futokens, disse à reportagem que, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) realmente adotar uma reserva em Bitcoin, seria uma mudança estrutural.

“Isso sim alavanca, inclusive dá segurança para outros players do mercado, a adotar a mesmo tipo de medida”, afirmou.

Risco e dólar maioral


Apesar das semelhanças com o ouro, o Deutsche Bank ponderou que o Bitcoin ainda carece de componentes-chave para se consolidar como ativo de reserva – em especial, menor volatilidade, maior confiança e transparência.

No entanto, o banco lembrou que o próprio ouro, em seus estágios iniciais, também era “propenso à sensibilidade ao preço, e sua volatilidade diminuiu ao longo do tempo”.

Além disso, mesmo sinalizando a possível entrada do BTC na disputa e a ascensão do ouro, a instituição financeira concluiu que é improvável o metal ou as criptomoedas substituírem o dólar como principal ativo de reserva global ou meio de pagamento global.

“Durante as décadas de 1930 e 1970, os EUA lideraram medidas bem-sucedidas para reduzir a dependência do sistema financeiro internacional em relação ao ouro quando as autoridades perceberam as ameaças do ouro ao dólar americano. Acreditamos que os países hoje também garantirão que o Bitcoin e outros ativos digitais não ameacem a soberania de suas moedas”, afirmou o banco.

FONTE/CRÉDITOS: Ativa Mix/ Lucas Gabriel Marins/ InfoMoney25
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